12.05.2010

Sonhar não custa nada.

  Mais ter acordar e deparar-se com a realidade do mundo, dói de maneira significativa. E esperar por algo que não virá a acontecer? É, complicado, e doído também.
  Estou desapontado, comigo, e com tudo que está próximo de mim. Eu vejo que meus caminhos vão se reduzindo cada vez mais, e eu mesmo causei isso em parte. Toda essa conturbação se iniciou há uns dezenove anos atrás, de mil novecentos e noventa e um até hoje as coisas não vem sendo fáceis.
  Desde pequeno quis ser médico, paleontólogo e cientista, sempre gostei de ler e escrever, estudar, e pesquisar sobre tudo o que eu tinha curiosidade. Sempre tentei argumentar e questionar tudo aquilo que acreditava não estar devidamente embasado em critérios de natureza concreta. Sempre tive apoio, e consequentemente era apoiado e abastado em tudo o que queria. Iniciei comunicações com outras pessoas ainda jovem, com seis meses de idade, aprendi a ler e escrever cedo também, com três anos de idade. Ganhava muitos livros, tinha predileção por todos aqueles que se relacionavam com biologia.
  Gostava mesmo de estudar sobre qualquer patologia, genética e anatomia humana. Tinha traumas relacionados à minha infância, malditos problemas de saúde, alergias, que frequentemente tiravam meu sono e de minha mãe também. Queria achar um modo de que ninguém mais tivesse que passar pelo o que passei, a dor e o sofrimento, uma maneira de inibir quaisquer fatores que pudessem levar alguém chegar ao meu estado. Consequentemente com todos esses contratempos, gastei as reservas da família, respectivamente: uma casa e dois carros do ano.
  Sempre senti obrigação em retribuir esse buraco com qualquer tipo de trabalho, desde ajudar minha mãe nos afazeres de casa na infância, até na adolescência quando ainda com doze anos comecei com trabalhos esporádicos. Após a conclusão da oitava série comecei a trabalhar regularmente, passei estudar no período noturno, onde o ensino era uma porcaria, mas mesmo assim consegui absorver boa parte de tudo que seria necessário para poder ter uma base de tudo que iria precisar um dia.
  Não conseguia estudar, e ainda não estou conseguindo. Tentei, que pena, não consegui.
  Mas, eu ainda estou tentando, e não hesito em dizer, vou conseguir, serei bem sucedido. Terei notoriedade em meu nome, serei reconhecido, admirado. Não quero ser presunçoso, nem convencido, só quero mostrar, e não provar, o que realmente sou capaz.
  Enfim, hoje estou profundamente magoado. Hoje, recebi um tapa de luva de pelica no rosto, um verdadeiro balde de água  fria.
  Perdi a essência, escrevi, escrevi, e no final das contas não escrevi nada, droga.

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